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sábado, 10 de dezembro de 2011

Flores no Deserto

"Não vale a pena esconder a dor 
Manter adormecido o que já passou
Sentindo as cicatrizes ao redor
Marcas no inconsciente, insatisfação
Olhando os objetos no lugar 
Eu tenho a impressão de que nada mudou
Sombras e eternas ilusões
Me vejo entre momentos de alucinações
Vejo flores no deserto
Homens buscando o certo
Labirintos, fontes do pecado
Mapas que me levam ao passado
Reações impensadas, mentes alienadas 
Sentimentos presos sem saída
Momentos de eternas despedidas"

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"Nada existe de mais difícil do que entregar-se ao instante. Esta dificuldade é dor humana. É nossa."


Clarice Lispector.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Não sinto tua falta...sinto tua ausência...

(...) e não chamarei de saudade esta incômoda ausência tua, sequer irei a tua procura afim de transformá-lo em presença. Desta vez a distância será tudo o que significaremos um pro outro. Nada seremos além de extensões de nós mesmos.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sobre a Angústia

"O que a angústia que de você é a desaceleração pra parar e contemplar e agir de acordo com o que pede tua alma...
Ela vem pra gritar aquilo que o teu coração sussurrou tantas vezes num momento em que você pensava estar ocupado demais para ouvir"

Pergunte ao Pó - Trailer

domingo, 13 de novembro de 2011

Perto do Coração Selvagem (O Banho)

''(...) O que importa afinal: viver ou saber que se está vivendo? - Palavras muito puras, gotas de cristal. Sinto a forma brilhante e úmida debatendo-se dentro de mim. Mas onde está o que quero dizer, onde está o que devo dizer? Inspirai-me, eu tenho quase tudo; eu tenho o contorno à espera da essência; é isso? - O que deve fazer alguém que não sabe o que fazer de si? Utilizar-se como corpo e alma em proveito do corpo e da alma? Ou transformar sua força em força alheia? Ou esperar que de si mesmo nasça, como uma consequência, a solução? Nada posso dizer ainda dentro da forma. Tudo que possuo está muito fundo dentro de mim. Um dia, depois de falar enfim, ainda terei do que viver? Ou tudo que eu falasse estaria aquém e além da vida? - Tudo o que é forma de vida procuro afastar. Tento isolar-me para encontrar a vida em si mesma. No entanto, apoiei-me demais no jogo que distrai e consola e quando dele me afasto, encontro-me bruscamente sem amparo. No momento em que fecho a porta atrás de mim, instantaneamente me desprendo das coisas. Tudo o que foi distancia-se de mim, mergulhando surdamente nas minhas águas longínquas. Ouço-a, a queda. Alegre e plana espero por mim mesma, espero que lentamente me eleve e surja verdadeira diante dos meus olhos. Em vez de me obter com a fuga, vejo-me desamparada, solitária, jogada num cubículo sem dimensões, onde a luz e a sombra são fantasmas quietos. No meu interior encontro o silêncio procurado. Mas dele fico tão perdida de qualquer lembrança de algum ser humano e de mim mesma, que transformo essa impressão em certeza de solidão física. Se desse um grito - imagino já sem lucidez- minha voz receberia o eco igual e indiferente das paredes da terra. Sem viver coisas eu não encontrarei a vida, pois?     Mas, mesmo assim, na solitude branca e ilimitada onde caio, ainda estou presa entre montanhas fechadas. Presa, presa. Onde está a imaginação? Ando sobre trilhos invisíveis. Prisão, liberdade. São essas as palavras que me ocorrem. No entanto não são as verdadeiras, únicas e insubstituíveis, sinto-o. Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome. - Sou pois um brinquedo a quem dão corda e que terminada esta não encontrará vida própria, mais profunda. Procurar tranquilamente admitir que talvez só a encontre se for buscá-la nas fontes pequenas. Ou senão morrerei de sede. Talvez não tenha sido feita para águas puras e largas, mas para pequenas e de fácil acesso. E talvez meu desejo de outra fonte, essa ânsia que me dá ao rosto um ar de quem caça para se alimentar, talvez essa ânsia seja uma ideia - e nada mais. Porém- os raros instantes que às vezes consigo de suficiência, de vida cega, de alegria tão intensa e tão serena como o canto de um órgão- esses instantes não provam que sou capaz de satisfazer minha busca e que esta é a sede de todo o meu ser e não apenas uma ideia? Além  do mais, a ideia é a verdade! grito-me. São raros os instantes. Quando ontem, na aula, repentinamente pensei, quase sem antecedentes, quase sem ligação com as coisas: o movimento explica a forma. A clara noção do perfeito , a liberdade súbita que senti(...)
(...) Antes estava fechada, opaca. Mas, quando me levantei, foi como se tivesse nascido  da água. Saí molhada, com a roupa colada à pele, os cabelos brilhantes, soltos. Qualquer coisa agitava-se em mim e era certamente meu corpo apenas. Mas num doce milagre tudo se torna transparente e isso era certamente minha alma também. Nesse instante eu estava verdadeiramente no meu interior  e havia silêncio. Só que meu silêncio, compreendi, era um pedaço do silêncio do campo. E eu não me sentia desamparada.''




Clarice Lispector

terça-feira, 11 de outubro de 2011


"Falling on a tin roof while i'm safe there in your arms
so all i ask is for you to come away with me in the night...come away with me..."

Todos os Caminhos


 "Eu já me perguntei se o tempo poderá realizar meus sonhos e desejos, será que eu já não sei por onde procurar ou todos os caminhos dão no mesmo e o certo é que eu não sei o que virá só a vida é parte do mistério, é tanta coisa pra se desvendar o futuro, o escuro que se vê quem sabe pode iluminar os corações"


Lenine

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Vênus




(...)Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor e não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

Paulinho Moska
"Penso em ti e dentro de mim estou completo."


Alberto Caeiro

terça-feira, 13 de setembro de 2011

"O médico perguntou: O que sentes?
- Eu respondi: Sinto lonjuras doutor. Sofro de distâncias."

CaioFernandoAbreu

domingo, 11 de setembro de 2011


Tenho uma folha branca
                            e limpa à minha espera:

mudo convite

tenho uma cama branca
                            e limpa à minha espera:

mudo convite

tenho uma vida branca
                            e limpa à minha espera.

Ana Cristina César

"Angústia é fala entupida..."


Ana Cristina César

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

"Deixa-me ser o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo..."

(Quintana)



Menina da bolha








Era uma vez...


...Uma menina que morava numa bolha.
E lá estava aquela menina triste, amuada que sempre estivera ali. Desde sua primeira lembrança vivera dentro daquela bolha. Bolha que aos longos dos anos foi se formando, solidificando, virando uma bola indestrutível como se tivesse vida própria. Bolha que foi feita da união de dúvidas e só de dúvidas. Bolha que impedia que aquela menina miúda vivesse. Bolha maldita que não deixava a menina sair dali.
Mas a menina não estava sozinha. Apesar da sua solidão interior ela nunca estivera sozinha. Ao seu lado tinha um menino forte, robusto, de ombros largos e abraço acolhedor. Era nos braços dele que ela se aninhava quando fraca das vãs tentativas de sair da sua bolha de dúvidas precisava descansar. 
Ele também sempre estivera ali mas nem sempre foi tão forte. Era pequeno mas fortificava-se em mesma intensidade que a bolha. Quanto maiores as dúvidas, mais sólida a bolha, mais forte o menino, que agora já tinha um nome e era chamado de Medo.
Durante muito tempo repetiu-se o mesmo ciclo vicioso dentro daquela esfera com vida: as dúvidas aumentavam, a bolha ficava mais resistente e o menino ficava mais forte. Tudo crescia, menos a menina que cada dia ficava mais fraca. Cada dia tinha menos força vital para ultrapassar aquela barreira que a prendia. Conformava-se. E quase desistiu de viver.
Poderia ter sido mais um dia qualquer, mas esse foi diferente. Deitada nos braços daquele seu eterno companheiro percebeu uma movimentação do lado de fora. Através daquela camada espessa de dúvida, do lado de fora da bolha, viu uma outra menina. Encantou-se.
A menina do lado de fora sorriu para a menina da bolha. E após soprar o ar quente que estava dentro de si contra bolha, escreveu com seu dedo no embaçado que surgiu do lado de fora da esfera: "sou a Felicidade" e terminou de se apresentar com um sorriso no rosto que de tão contagiante iluminou a menina que estava encostada no braço do Medo.
O Medo quis apertar a menina em seus braços para que ela não fugisse, mas era tarde. A menina estava encantada com a Felicidade que durante algum tempo a rondou... Brincava e pulava em volta da bolha. Ria e sorria constantemente. Fazia gracejos a menina sempre que percebia que a menina saia dos braços do medo para observá-la. E como era encantadora a Felicidade.
Um dia a menina fechou os olhos por um momento e nesse momento desejou sorrir como a Felicidade. Queria poder confortar qualquer um com um sorriso como a Felicidade fazia com ela. Sonhou que conseguiria. Abriu os olhos.
Sentiu-se começar a desesperar quando olhou em volta e não viu a felicidade ali. Quis entristecer, perder o sorriso, se aconchegar novamente no Medo. Não o fez. Não fez nada disso. 
Sim, a Felicidade tinha ido embora mas deixou alguma coisa para trás. Não sabia exatamente o que era, mas aquela semente plantada por alguns momentos de sorriso germinou e se tornou uma força que a menina nunca teve antes. E ela mudou.
As dúvidas perderam as forças. Os braços do Medo já não eram mais fortes nem tão convidativos. Resolveu que era hora de sair dali. E saiu.
E agora lá estava a menina da bolha fora da bolha. Perdida, sem saber para onde ir. Sem saber como encontrar a Felicidade. Sem saber como recomeçar.
Mas nada disso importava. A única coisa que queria era continuar, pois não importava a direção ou o caminho a ser seguido, ela sabia que um dia reencontraria a Felicidade. E seguiu, sorrindo o seu melhor sorriso.
E não desistiria nunca, afinal, a menina da bolha se chamava Esperança.


Autor Desconhecido

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lembrei

"Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso. Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor. "

Clarice Lispector

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cansaço

   Sabe quando você deixa de contar seus dias e passa a pesá-los? É assim que me sinto, como se cada dia vivido pesasse toneladas e a cada noite que deito é me preparando para o peso do dia seguinte. Queria poder me sentir leve...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Soul Mate Indicators Tabajara

Se você quase sempre se apaixona por pessoas que te provocam, que esperam que você seja mesmo melhor do que é, que te beliscam o ego, que te torcem as certezas, que lançam fogo no lago calmo e azul da sua mente. Se você transa melhor com aquela pessoa que te irrita. Se você conversa melhor com aquela pessoa que pode discordar, se você vê mais beleza nas faíscas, nas fagulhas. Se você tem você como grande prioridade, ainda que estar apaixonado seja sua grande prioridade. Se você até tenta resolver o problema mas, por causa dos seus problemas, acaba complicando um pouco as coisas. Se você ri bastante mas também é um pouco deprê. E gosta de gente engraçada que também é um pouco deprê. Porque a graça real vem da tragédia que é estar vivo. Se você tem inveja de quem ama, apenas porque ama tanto que às vezes gostaria de viver dentro da pessoa. Ou só porque a inveja e o amor são coisas que nos acometem e não tem muito o que fazer. Se você tenta caminhar na corda bamba, mas vive esfolado, machucado e tonto, de tanto cair. Se você às vezes manipula e intimida e não deixa segura a pessoa amada, porque você é estragado de cabeça e de coração. Mas também abraça, pede desculpas e vomita tanta sinceridade que consegue ter charme e pureza nas maldades. Enfim, se você é errado e não serve pra alma gêmea de ninguém, talvez eu seja sua alma gêmea.


Tati Bernardi

sábado, 7 de maio de 2011

Me toma

Não quero que tu me apares. Quero que me ampares em teu peito para que teu cheiro me penetre e me proteja dos pensamentos insanos neste campo de força que teus braços formam quando me abraças...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Tristão e Isolda





"Não há algo mais que só viver?
Algo mais que dever, e morte.
Porque temos sentimentos, se não podemos vivê-los?
Porque desejamos coisas, se não foram feitas para nós?"

Lifetime In a Moment

From the dark, I watch you go away
I will never see you...
Again...

Every passing day prolongs my pain
I am slowly fading...
Into the void. Fades without a sound,
A sound that no one cares to hear
A second round to live your life
Just passed away!

Moment in a lifetime
Lifetime in a moment

Seize the say, don't let it slip...
Away...
Cherish every moment...
Before it's gone...

Fades without a sound
A sound that no one cares to hear
A second round to live your life
Just passed away!

Moment in a lifetime
Lifetime in a moment

Moment in a lifetime
Lifetime in a moment
Moment in a lifetime
Lifetime in a moment


Stratovarius

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Silenciando a boca enquanto a alma grita...

 Triste é ter que silenciar você em mim.
 É física a dor que sinto quando não digo teu nome. Mas, infelizmente viveremos separados,  ficaremos distantes em tudo. Ainda assim, insisto em gritar teu nome em meus sonhos... eu te peço só uma coisa: Por favor! Para de responder!



Toada dos que não podem amar


Os que não podem amar
estão cantando.
A luz é tão pouca, o ar é tão raro
que ninguém sabe como ainda vivem.
Os que não podem amar
estão cantando,
estão cantando
e morrendo.

Ninguém ouve o canto que soluça
por detrás das grades. 



Do poeta Emílio Moura.



quarta-feira, 27 de abril de 2011

E assim me perdi...

Perdida. Incapaz de tomar minhas próprias decisões, imersa numa verdade que no fundo sei que inexiste. Sigo acreditando, obedecendo, deixando de lado minha identidade selvagem para me tornar animal doméstico, dócil, doce... o animal em mim morre para dar lugar ao mineral sem vida. Ao objeto abjeto. 

sexta-feira, 1 de abril de 2011


"O que acho que aconteceu é que num processo lento, eis minha epifania: quem era eu na sua vida, na minha vida, na nossa história? O que tinha restado de mim depois de viver tão imersa e imensamente o nosso encontro? E onde eu caberia nos seus planos do “eu vou fazer, eu vou realizar, eu vou conseguir, eu vou viajar”?E o que EU imaginava pro meu futuro que não conjugava para “nós em laços”? Simplesmente eu passei a morar no teu abraço e, depois de algum tempo, seus braços me acorrentaram e eu sufoquei minha respiração no travesseiro, noite após noite para que dormíssemos juntos na posição mais confortável pra você. Nunca pensei que alguém pudesse perder a própria identidade em tantas sutilezas. Deixei minha solidão de lado pra me sentir desacompanhada por mim mesma, ao seu lado."
Marla de Queiroz