Total de visualizações de página

segunda-feira, 16 de maio de 2011

"Deixa-me ser o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo..."

(Quintana)



Menina da bolha








Era uma vez...


...Uma menina que morava numa bolha.
E lá estava aquela menina triste, amuada que sempre estivera ali. Desde sua primeira lembrança vivera dentro daquela bolha. Bolha que aos longos dos anos foi se formando, solidificando, virando uma bola indestrutível como se tivesse vida própria. Bolha que foi feita da união de dúvidas e só de dúvidas. Bolha que impedia que aquela menina miúda vivesse. Bolha maldita que não deixava a menina sair dali.
Mas a menina não estava sozinha. Apesar da sua solidão interior ela nunca estivera sozinha. Ao seu lado tinha um menino forte, robusto, de ombros largos e abraço acolhedor. Era nos braços dele que ela se aninhava quando fraca das vãs tentativas de sair da sua bolha de dúvidas precisava descansar. 
Ele também sempre estivera ali mas nem sempre foi tão forte. Era pequeno mas fortificava-se em mesma intensidade que a bolha. Quanto maiores as dúvidas, mais sólida a bolha, mais forte o menino, que agora já tinha um nome e era chamado de Medo.
Durante muito tempo repetiu-se o mesmo ciclo vicioso dentro daquela esfera com vida: as dúvidas aumentavam, a bolha ficava mais resistente e o menino ficava mais forte. Tudo crescia, menos a menina que cada dia ficava mais fraca. Cada dia tinha menos força vital para ultrapassar aquela barreira que a prendia. Conformava-se. E quase desistiu de viver.
Poderia ter sido mais um dia qualquer, mas esse foi diferente. Deitada nos braços daquele seu eterno companheiro percebeu uma movimentação do lado de fora. Através daquela camada espessa de dúvida, do lado de fora da bolha, viu uma outra menina. Encantou-se.
A menina do lado de fora sorriu para a menina da bolha. E após soprar o ar quente que estava dentro de si contra bolha, escreveu com seu dedo no embaçado que surgiu do lado de fora da esfera: "sou a Felicidade" e terminou de se apresentar com um sorriso no rosto que de tão contagiante iluminou a menina que estava encostada no braço do Medo.
O Medo quis apertar a menina em seus braços para que ela não fugisse, mas era tarde. A menina estava encantada com a Felicidade que durante algum tempo a rondou... Brincava e pulava em volta da bolha. Ria e sorria constantemente. Fazia gracejos a menina sempre que percebia que a menina saia dos braços do medo para observá-la. E como era encantadora a Felicidade.
Um dia a menina fechou os olhos por um momento e nesse momento desejou sorrir como a Felicidade. Queria poder confortar qualquer um com um sorriso como a Felicidade fazia com ela. Sonhou que conseguiria. Abriu os olhos.
Sentiu-se começar a desesperar quando olhou em volta e não viu a felicidade ali. Quis entristecer, perder o sorriso, se aconchegar novamente no Medo. Não o fez. Não fez nada disso. 
Sim, a Felicidade tinha ido embora mas deixou alguma coisa para trás. Não sabia exatamente o que era, mas aquela semente plantada por alguns momentos de sorriso germinou e se tornou uma força que a menina nunca teve antes. E ela mudou.
As dúvidas perderam as forças. Os braços do Medo já não eram mais fortes nem tão convidativos. Resolveu que era hora de sair dali. E saiu.
E agora lá estava a menina da bolha fora da bolha. Perdida, sem saber para onde ir. Sem saber como encontrar a Felicidade. Sem saber como recomeçar.
Mas nada disso importava. A única coisa que queria era continuar, pois não importava a direção ou o caminho a ser seguido, ela sabia que um dia reencontraria a Felicidade. E seguiu, sorrindo o seu melhor sorriso.
E não desistiria nunca, afinal, a menina da bolha se chamava Esperança.


Autor Desconhecido

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lembrei

"Eu vivo à espera de inspiração com uma avidez que não dá descanso. Cheguei mesmo à conclusão de que escrever é a coisa que mais desejo no mundo, mesmo mais que amor. "

Clarice Lispector

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cansaço

   Sabe quando você deixa de contar seus dias e passa a pesá-los? É assim que me sinto, como se cada dia vivido pesasse toneladas e a cada noite que deito é me preparando para o peso do dia seguinte. Queria poder me sentir leve...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Soul Mate Indicators Tabajara

Se você quase sempre se apaixona por pessoas que te provocam, que esperam que você seja mesmo melhor do que é, que te beliscam o ego, que te torcem as certezas, que lançam fogo no lago calmo e azul da sua mente. Se você transa melhor com aquela pessoa que te irrita. Se você conversa melhor com aquela pessoa que pode discordar, se você vê mais beleza nas faíscas, nas fagulhas. Se você tem você como grande prioridade, ainda que estar apaixonado seja sua grande prioridade. Se você até tenta resolver o problema mas, por causa dos seus problemas, acaba complicando um pouco as coisas. Se você ri bastante mas também é um pouco deprê. E gosta de gente engraçada que também é um pouco deprê. Porque a graça real vem da tragédia que é estar vivo. Se você tem inveja de quem ama, apenas porque ama tanto que às vezes gostaria de viver dentro da pessoa. Ou só porque a inveja e o amor são coisas que nos acometem e não tem muito o que fazer. Se você tenta caminhar na corda bamba, mas vive esfolado, machucado e tonto, de tanto cair. Se você às vezes manipula e intimida e não deixa segura a pessoa amada, porque você é estragado de cabeça e de coração. Mas também abraça, pede desculpas e vomita tanta sinceridade que consegue ter charme e pureza nas maldades. Enfim, se você é errado e não serve pra alma gêmea de ninguém, talvez eu seja sua alma gêmea.


Tati Bernardi

sábado, 7 de maio de 2011

Me toma

Não quero que tu me apares. Quero que me ampares em teu peito para que teu cheiro me penetre e me proteja dos pensamentos insanos neste campo de força que teus braços formam quando me abraças...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Tristão e Isolda





"Não há algo mais que só viver?
Algo mais que dever, e morte.
Porque temos sentimentos, se não podemos vivê-los?
Porque desejamos coisas, se não foram feitas para nós?"

Lifetime In a Moment

From the dark, I watch you go away
I will never see you...
Again...

Every passing day prolongs my pain
I am slowly fading...
Into the void. Fades without a sound,
A sound that no one cares to hear
A second round to live your life
Just passed away!

Moment in a lifetime
Lifetime in a moment

Seize the say, don't let it slip...
Away...
Cherish every moment...
Before it's gone...

Fades without a sound
A sound that no one cares to hear
A second round to live your life
Just passed away!

Moment in a lifetime
Lifetime in a moment

Moment in a lifetime
Lifetime in a moment
Moment in a lifetime
Lifetime in a moment


Stratovarius

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Silenciando a boca enquanto a alma grita...

 Triste é ter que silenciar você em mim.
 É física a dor que sinto quando não digo teu nome. Mas, infelizmente viveremos separados,  ficaremos distantes em tudo. Ainda assim, insisto em gritar teu nome em meus sonhos... eu te peço só uma coisa: Por favor! Para de responder!



Toada dos que não podem amar


Os que não podem amar
estão cantando.
A luz é tão pouca, o ar é tão raro
que ninguém sabe como ainda vivem.
Os que não podem amar
estão cantando,
estão cantando
e morrendo.

Ninguém ouve o canto que soluça
por detrás das grades. 



Do poeta Emílio Moura.